O ressurgimento dos “branded residences” em São Paulo
No mercado de alto padrão brasileiro, uma tendência ganha força: as chamadas branded residences — empreendimentos residenciais que incorporam marcas de luxo ou parcerias com grifes internacionais — estão se tornando um diferencial competitivo.
Em São Paulo, por exemplo, foram lançadas 4.217 unidades de luxo entre janeiro e setembro, um crescimento de 129 % em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor médio dessas unidades era cerca de R$ 5,1 milhões — aproximadamente R$ 21.700 por metro quadrado — e, no segmento “super-luxo”, valores chegam até R$ 63.000/m².
As branded residences respondem a um perfil de comprador cada vez mais exigente: não basta a localização premium, é preciso experiência diferenciada, serviços exclusivos, customização e a reputação de uma grife como selo de qualidade. Em São Paulo, essa dinâmica tem atraído tanto investidores nacionais como estrangeiros.
Para o mercado editorial, vale destacar que esse movimento eleva o padrão de produto, exige marketing mais sofisticado e gera narrativas que combinam estilo de vida, design internacional e investimento — excelentes para gerar reportagens que conectem “luxo” e “habitação urbana de alta gama”.
Sustentabilidade e tecnologia como novos pilares do luxo
O que era “apartamento de luxo” agora vai muito além de mármore, localização e vista panorâmica. O mercado global de imóveis de alto padrão está redefinindo os critérios de luxo para 2025: automação completa, casas inteligentes, consumo sustentável, eficiência energética e bem-estar são itens obrigatórios.
Por exemplo, analisando tendências globais, imóveis de alto padrão já exigem sistemas de IA integrados à automação doméstica, zonas dedicadas ao bem-estar – meditação, detox digital – e soluções como painéis solares, telhados verdes e irrigação inteligente.
Na prática brasileira, isso também se reflete: no segmento de luxo do Rio de Janeiro, onde o valor por m² em bairros de elite ultrapassa R$ 20.000, a oferta escassa estimula os incorporadores a inovar para captar compradores que transportam expectativas globais para o mercado local.
Praias e municípios turísticos brasileiros ganhando status de luxo
Enquanto os grandes centros urbanos mantêm sua relevância, uma mudança importante se observa no Brasil: cidades costeiras ou regionais com vocação de lazer passam a ocupar destaque no segmento “alto padrão”. Por exemplo, Balneário Camboriú tem se afirmado como um dos mercados mais sofisticados do país: sua valorização é impulsionada por parcerias com marcas de prestígio e por atrair tanto brasileiros como investidores estrangeiros.
Segundo previsão para 2026, propriedades de luxo em localizações litorâneas no Brasil atingem valorização de 15 % a 20 % ao ano, e em casos extremos chega-se a R$ 60.000/m² em frente à praia.
Investimento internacional e liquidez no segmento ultra-luxo
O mercado global de imóveis de altíssimo padrão segue mostrando robustez mesmo em contextos econômicos adversos. Em 2024, por exemplo, casas com preço superior a US$ 10 milhões registraram um aumento de cerca de 30 % nas vendas em 12 grandes cidades.
No Brasil, esse comportamento também se faz sentir: com valorização acelerada em grandes centros como São Paulo e Rio e forte interesse de compradores internacionais, o imóvel de luxo torna-se cada vez mais visto como “porto seguro” para patrimônio.
